A gestão da qualidade, atualmente, está sendo uma das maiores preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de serviços. A conscientização para a qualidade e o reconhecimento de sua importância tornou a certificação de sistemas de gestão da qualidade indispensável para as micro e pequenas empresas de todo o mundo. Tal certificação, além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, reduzir custos internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem e os processos continuamente, possibilita ainda fácil acesso a novos mercados. Esta certificação permite ainda avaliar as conformidades determinadas pela organização através de processos internos, garantindo ao cliente um produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimentos e normas.
Entre modelos existentes de sistema da qualidade, destacam-se as normas da versão da ISO 9001:2000, publicada em 15 de Dezembro de 2000, e que contempla a necessidade da implantação do Controle Estatístico de Processo (CEP) nas linhas de produção, permitindo que o operador perceba as tendências no processo e possa agir para evitar o refugo ou o retrabalho.
Ainda que em versões anteriores da norma ISO o emprego de técnicas estatísticas fosse discretamente realçado, a nova edição da ISO 9001, que é dividida em oito capítulos, enfatiza a determinação e uso de métodos estatísticos, notadamente nos seguintes capítulos:
§ 7. Contém as disposições sobre os processos de negócios que regem a realização do produto, estabelecendo requisitos e enfatizando a necessidade da inclusão do monitoramento e medições dos produtos e processos.
§ 8. Contém as disposições sobre a análise crítica periódica do sistema, seja com auditorias, seja com auto-avaliações, e as ações corretivas e preventivas a serem tomadas pela empresa a fim de assegurar o pleno cumprimento de todos os requisitos da norma e do cliente. A norma também requer que “métodos aplicados, incluindo técnicas estatísticas ...” sejam determinados. A ênfase não é apenas na identificação das técnicas, mas no uso destas técnicas.
Mesmo que seja utilizado pela indústria desde a década de 1940 visando acompanhar e detectar anomalias no processo produtivo, o CEP ainda provê as evidências que a norma ISO 9001:2000 requer para comprovar os efeitos da melhoria contínua da qualidade nas organizações.
Existem no mercado, atualmente, diversos sistemas CEP automatizados que realizam as coletas de dados, evitam os erros de cálculo, erros de plotagem e eliminam a digitação. Neste novo ambiente não há a necessidade de construir os gráficos manualmente. O CEP automatizado contribui também para a eliminação de papel no chão de fábrica e possibilita a monitoração das coletas pelos responsáveis pela qualidade a fim de informá-los se elas estão sendo realizadas em intervalos de tempo regulares, evitando ainda a manipulação dos dados por parte dos operadores.
Esses sistemas possuem diversas características para a melhoria contínua do processo, possuindo, além de opções para o registro de ocorrências, funções que apresentam ao operador lista de opções de ações corretivas que devem ser tomadas em casos de desvios. Permitem também a avaliação e a comparação de diversas características controladas simultaneamente, além do acompanhamento da evolução de índices, como o CP, CPK, PPI, PPK e outros. Hoje, praticamente qualquer empresa pode aumentar sua produtividade através da implantação destes sistemas, porém, aquelas que já possuem o CEP implantado manualmente no chão de fábrica poderão fazê-lo mais facilmente. Este tem sido o objetivo do software Datalyzer® Spectrum: a satisfação do cliente possibilitada por um controle eficiente e eficaz de seus processos produtivos através de poderosas funcionalidades, que vem se destacando por uma interface simples e intuitiva, com acesso em tempo real e notificações on-line.
doutorcep@datalyzer.com.br
A Função Perda de Qualidade de Taguchi
Genichi Taguchi, recentemente popularizou sua metodologia da qualidade com o conceito da função perda, focalizando o impacto da variação da qualidade. Ele tem retratado a idéia de que a variação do alvo desejado acarreta perdas para a sociedade. Apesar de ser uma ferramenta passiva, na medida que ela sozinha não proporciona melhorias no processo, está começando a promover mais efeitos nos produtos do que qualquer outro conceito ou método individual apresentado.
Taguchi aponta que, mesmo o produto estando dentro dos limites de especificação, há um custo definido para a sociedade se a característica não está exatamente no valor nominal; quanto mais longe do nominal, maior o custo. O uso desta função perda, uma expressão matemática que pode declarar, particularmente para propósitos gerenciais, o valor monetário da conseqüência de qualquer aperfeiçoamento em qualidade.
Embora tal valor monetário não represente uma virtual perda ou dano, ele é um conveniente índice de desempenho que pode ser facilmente apreciado pelos tomadores de decisão, já que o seu principal foco está na redução de custos.
A função perda de Taguchi estabelece uma medida financeira para o cálculo do desvio de uma característica do produto com relação ao valor nominal. Pode ser descrita como: L = k (y - T)2onde:
Para uma amostra, a fórmula da perda média será:
L = k [ (
|
Taguchi também encontrou uma definição alternativa de Cp, o qual adequa-se perfeitamente com a abordagem da função perda. O índice é definido por:
Cpm = (LSE - LIE ) / 6
onde:
O índice expressa a variação do alvo, com base em dois componentes de variabilidade: variabilidade do processo (
|