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CEP - Controle Estatístico de Processo

Otimize a sua empresa

Progressivamente as empresas têm vindo a reconhecer que as condições impostas pelo mercado (a concorrência crescente, a evolução acelerada da tecnologia e a globalização da economia) impõem a melhoria contínua do funcionamento, a atualização permanente dos seus produtos e a satisfação efetiva dos seus clientes. Esta pressão para a mudança provocou a discussão sobre os caminhos e meios de melhorar a competitividade das empresas e trouxe para a ribalta métodos e ferramentas já conhecidos, ainda que renovados, e conduziu ao aparecimento de novas abordagens e ferramentas de gestão.

Neste contexto, surge a Análise do Valor , uma metodologia de gestão criada nos anos 50 pelo americano Lawrence Miles. Consiste em decompor um produto ou serviço nas suas funções principais e, em seguida, delinear as soluções organizacionais mais apropriadas para reduzir os custos de produção. Implica uma análise detalhada do valor criado pela empresa por meio da distribuição dos custos totais de um produto ou serviço pelas suas diferentes etapas: concepção, fabricação, venda, distribuição e serviço aos clientes. Este conceito deu origem às noções de cadeia de valor, de valor agregado do produto ou serviço e de shareholder value (valor para o acionista) cuja autoria pertence a Alfred Rappaport.

Nos últimos anos, as Associações Européias de Análise do Valor, através de programas de apoio da UE, têm desenvolvido uma frutuosa cooperação, envolvendo-se em projetos destinados a aprofundar e a divulgar a utilização da Análise do Valor. Os trabalhos realizados, quer no âmbito do estudo e normalização de conceitos, quer no âmbito da aplicação, permitiram alargar e enriquecer o conteúdo deste método, dando-lhe uma nova dimensão. O campo de aplicação da Análise do Valor deixou de ser apenas o da melhoria pontual de um produto ou de um serviço, mas uma forma de encarar a gestão de uma empresa.

Esta nova perspectiva, baseia-se no conceito de Valor, noção básica em Análise do Valor. O conceito de Valor traduz uma relação entre a satisfação de um produto (ou um serviço, um procedimento, um processo, etc.) e os recursos necessários para a sua execução. A variável valor também pode ser decomposta, segundo o ponto de vista empresarial, sendo assim definida como “o mínimo a ser gasto para adquirir ou produzir um produto com uso, a estima e a qualidade requerida.”

Fórmula

A aplicação desta noção à globalidade de uma empresa, significa que o Valor passa a ser um critério de decisão e a atividade deve ser conduzida no sentido de otimizar esta relação. Pretende-se aumentar o Valor para os clientes, para os empresários e acionistas e para os colaboradores da empresa!

Esta abordagem introduz uma procura de compromisso entre a satisfação de uma necessidade e o os recursos que estamos dispostos a despender para a obter. De fato, o Valor é um conceito relativo, que depende das circunstâncias, do lugar, do momento, etc.

Nesta nova visão passamos a designar esta abordagem por Value Management, que traduzimos para português por Gestão pelo Valor.

Com esta forma de tratar a problemática da competitividade, pretende-se desenvolver dentro das empresas uma atitude de melhoria contínua, tendo como referência o conceito de Valor.

Esta forma de abordar os problemas de uma empresa, é enquadrada por uma metodologia que recorre às várias ferramentas disponíveis, de uma forma criativa e sem modelos rígidos e predefinidos de atuação.

No âmbito da Gestão pelo Valor incluem-se várias ferramentas das quais destacamos:

Fonte:




doutorcep@datalyzer.com.br

Série “As Sete Ferramentas do Controle da Qualidade” - 7FCQ

Olá colegas, dando seqüência à série abordaremos um tema relevante ao controle da qualidade das empresas, visando resolver questões deforma prática e tornar a empresa competitiva. Vamos então ao estudo de sua aplicação.

2ª Ferramenta - DIAGRAMAS DE DISPERSÃO

Visa identificar se existe uma tendência de variação conjunta (correlação) entre duas ou mais variáveis.

Na prática do dia-a-dia é, muitas vezes, essencial estudar-se a relação entre duas variáveis correspondentes. Por exemplo, em que grau as dimensões de uma peça usinada variam com a mudança de velocidade de um torno? Ou, suponhamos que queremos controlar a concentração de uma solução e é preferível substituir a medição da concentração pela da densidade relativa porque ela é facilmente medida na prática. Para estudar a relação de duas variáveis tais como a velocidade do torno e dimensões de uma peça, ou concentração e densidade relativa, pode-se usar o chamado “diagrama de dispersão”.

Fig. 1 – Exemplo de diagrama de dispersão
Fig. 1 – Exemplo de diagrama de dispersão

Como ler diagramas de dispersão?

Pode-se conhecer diretamente o perfil da distribuição dos pares de dados a partir de sua leitura do seu gráfico. Para isso, a primeira coisa que se deve fazer é examinar se há ou não pontos anômalos no diagrama.

Pode-se presumir que, em geral, quaisquer destes pontos distantes do grupo principal são o resultado de erro de medição, ou de registro de dados ou foram causados por alguma mudança nas condições de operação. É necessário excluir estes pontos para a análise de correlação. Contudo, ao invés de desprezar estes pontos por completo, deve-se prestar a devida atenção às causas de tais irregularidades, pois muitas vezes obtêm-se informações inesperadas porém úteis, descobrindo-se por que eles ocorrem.

Fig. 2 – Pontos anômalos
Fig. 2 – Pontos anômalos

Existem muitos tipos de padrões de dispersão que são chamados de correlações. Alguns tipos representativos são dados abaixo.

Fig. 3 - Correlação positiva
Fig. 3 - Correlação positiva
Fig. 4 -Correlação negativa
Fig. 4 -Correlação negativa
Fig. 5 -Pode haver correlação positiva
Fig. 5 -Pode haver correlação positiva
Fig. 6 - Pode haver correlação negativa
Fig. 6 - Pode haver correlação negativa
Fig. 7 - Não há correlação
Fig. 7 - Não há correlação
Fig. 8 - Não há correlação
Fig. 8 - Não há correlação

Orientações para construção do gráfico:

  1. Colete os pares de dados (x, y) entre os quais deseja estudaras relações, dispondo-os em uma tabela. É desejável ter, pelo menos, 30 pares de dados.
  2. Encontre os valores máximos e mínimos para x e y, e defina as escalas dos eixos horizontal e vertical, de forma que ambos os comprimentos venham a ser aproximadamente iguais para facilitar a leitura.
  3. Se uma das duas variáveis for um fator e a outra uma característica da qualidade, usar o eixo horizontal x para o fator e o eixo vertical y para a característica da qualidade.
  4. Trace o plano cartesiano e lance os dados no papel. Quando forem obtidos os mesmos valores de dados de diferentes observações, mostre estes pontos, ou traçando círculos concêntricos, ou lançando o segundo ponto imediatamente próximo do primeiro.
  5. Inserir todos os itens e informações necessárias como intervalo de tempo, quantidade de pares de dados, nome e unidade de medidas de cada eixo, etc., e após isso, analisar o diagrama, verificando a existência de correlação.

Exemplo: Um fabricante de tanques plásticos pelo processo de injeção encontrou problemas com tanques defeituosos que tinham paredes finas. Suspeitou-se que a variação da pressão do ar, que mudava de dia para dia, foi a causa das paredes finas, fora da especificação. Veja a tabela abaixo.

Tabela 1 – Dados de pressão do ar e da percentagem de tanques plásticos defeituoso.

Data Pressão do Ar (Kgf/cm3) Produtos com defeitos (%) Data Pressão do Ar (Kgf/cm3) Produtos com defeitos (%)
Out./01 8,6 0,889 Out./22 8,7 0,892
02 8,9 0,884 23 8,5 0,877
03 8,8 0,874 24 9,2 0,885
04 8,8 0,891 25 8,5 0,886
05 8,4 0,874 26 8,3 0,896
08 8,7 0,886 29 8,7 0,896
09 9,2 0,911 30 9,3 0,928
10 8,6 0,912 31 8,9 0,886
11 9,2 0,895 Nov./01 8,9 0,908
12 8,7 0,896 02 8,3 0,881
15 8,4 0,894 05 8,7 0,882
16 8,2 0,864 06 8,9 0,904
17 9,2 0,922 07 8,7 0,912
18 8,7 0,902 08 9,1 0,925
19 9,4 0,905 09 8,7 0,872

A - Conforme visto na Tabela 1, há 30 pares de dados.

B - Neste exemplo, indiquemos a pressão do ar por x (eixo horizontal), e a percentagem de produtos defeituosos, por y (eixo vertical). Assim temos:

Marcamos o eixo horizontal com intervalos de 0,5 (kgf/cm2), de 8,0 a 9,5 (kgf/cm2) e o eixo vertical com intervalos de 0,01 (%), de 0,85 (%) a 0,93 (%).

C – Trace o plano cartesiano usando e marcar os pontos no gráfico.

Vamos agora acompanhar nossos dois voluntários, Leandro e Marcos, na elaboração dos procedimentos acima. O primeiro, por ser mais conservador, optará pelo método tradicional, feito no papel. O segundo ... opa!

O Marcos usou o Datalyzer e já o terminou! Parece que o Leandro não conseguirá terminar seu gráfico até o fim desta publicação e infelizmente não poderemos visualizar seu esboço.

Fig. 9 – Tentativa de desenho de Diagrama de Dispersão feito por Leandro
Fig. 9 – Tentativa de desenho de Diagrama de Dispersão feito por Leandro

Fig. 10 – Exemplo de Diagrama de Dispersão no Datalyzer© Spectrum feito por Marcus
Fig. 10 – Exemplo de Diagrama de Dispersão no Datalyzer© Spectrum feito por Marcus

Fonte:

Bom trabalho e até a próxima edição!

http://www.datalyzer.com.br