CEP - Controle Estatístico de Processo
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No passado a qualidade estava reduzida a um departamento incumbido de resolver problemas com ações corretivas após a inspeção do produto acabado, que monitorava suas características, apenas através de pessoas, os inspetores. Já o setor de engenharia, que conhecia bem o produto, através de seus engenheiros, era chamado para fazer modificações nos produtos, sob cuidados de uma área de controle de mudanças de configuração que, em geral, era subordinada à engenharia ou à qualidade. Hoje este quadro mudou pois a qualidade adotou novo enfoque, migrando do chão-de-fábrica para um sistema de gestão estratégica da informação. Antes um único colaborador era responsável pela verificação do produto final, sendo muitas vezes uma tarefa árdua, fazendo com que sozinho "carregasse o piano nas costas”. Hoje ele tornou-se parte do grande todo, pois a responsabilidade pela busca da qualidade fora dividida, sendo aplicada durante todo processo. Atualmente esta gestão estratégica da informação tornou-se uma parte crítica e integrada a qualquer estrutura gerencial de sucesso. Isto só foi possível depois de uma grande evolução da TI (Tecnologia da Informação), que no início, restringia-se a um departamento centralizado, cuidando de todos os dados e informações eletrônicas da companhia. Com o advento de sistemas distribuídos e a chegada dos PC´s, mais e mais atividades de informática foram transferidas aos departamentos, facilitando a redistribuição dos trabalhos, resultando em processos independentes, com diferentes bancos de dados para cada setor. Estes sistemas distribuídos ainda são amplamente utilizados nas organizações, porém ainda demandam muito esforço na consolidação dos dados para a produção de relatórios, o que muitas vezes dificulta ou mesmo impossibilita uma plena gestão estratégica da informação. Para suprir esta necessidade surgiram os Sistemas Integrados de Gestão, conhecidos como ERPs (Enterprise Resource Planning), que integraram todas as áreas substituindo seus sistemas legados por módulos que conversam entre si, produzindo relatórios imediatos de desempenho de setor. Porém o ERP, apesar de ser customizável ainda não é um sistema especialista em todas as áreas, como por exemplo, no Controle Estatístico de Processos, e por isso ainda está evoluindo. Mas e a qualidade? O que acontece com ela depois que os dados são digitalizados, armazenados, processados e transformados em informação disponibilizada de forma rápida, dinâmica e transparente? A diferença pode ser percebida mais claramente no nível estratégico da organização, que agora possuem poderosas ferramentas para tomada de decisões. Já os outros níveis, auxiliados pela automação, economizam tempo, podendo focar em outras áreas para a melhoria dos processos internos e dos serviços prestados ao consumidor final. Porém a tecnologia traz a necessidade de mudança cultural e passa a exigir das pessoas a capacidade de reciclar seus conceitos e seus paradigmas. As pessoas não precisam mais saber gerar informação, pois a sua geração é automática. Agora cabe a cada organização encontrar uma abordagem adequada às suas necessidades específicas em gestão da informação, capacitando seus colaboradores. "A informação tecnológica pode ser a maior ferramenta dos tempos modernos, mas é o julgamento de negócios dos humanos que a faz poderosa". Charles B. Wang
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Olá novamente! Continuando a série, neste mês trataremos outra ferramenta simples, porém muito útil para buscarmos e analisarmos as causas de determinados problemas. Vamos lá. 5ª Ferramenta – Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa ou Espinha-de-Peixe) Definição Técnica para análise das causas profundas, na transição entre a descrição do problema e a formulação de soluções. Na prática constitui-se basicamente de um diagrama que mostra a relação entre uma característica da qualidade e os fatores, permitindo que seja identificada uma relação significativa entre um efeito e suas possíveis causas. Propósitos É usada para auxiliar a identificação e a justificativa das causas, e melhorias de determinados processos, de modo a analogamente incorporá-las em processos similares. Porém, a utilização deste diagrama não diz respeito apenas à investigação das causas de defeitos e falhas, de modo a evitar sua reincidência, mas é mais utilizado com este motivo. Ao serem listadas diversas causas raiz, ou causas profundas, é necessário identificar aquelas de maior impacto sobre a eficiência e eficácia do todo. Estas causas restringem e obstruem o sistema e o processo de trabalho. Assim, a resolução de restrições de menos impacto não ajudará caso estas causas não sejam resolvidas, e o todo continuará comprometido. Como Funciona A visão do todo direcionada a processo, ou a gestão por processos, possibilita aos interessados e tomadores de decisão que cheguem a uma conclusão, baseada em dados específicos, e tomem consciência de que é preciso buscar mais explicações além daquelas que os olhos podem ver, ou daquelas que são de difícil ou de impossível resolução. Ao se deparar com um problema, a tendência é que se coloque a culpa na falta de recursos, ou na má gerência e administração; no campo de futebol se demite o técnico. A realidade mostra que existem outras causas sobre as quais temos menos controle e conhecimento, como por exemplo expectativas não transparentes, avaliações pouco freqüentes do desempenho, e outras coisas. A prática diz que não conhecemos o que não podemos medir. No exemplo citado, a conclusão equivocada de que há falta de recursos, pode na realidade ser originada de uma má alocação de fundos, com mal planejamento ou má coordenação. Sua confecção pode parecer apenas burocracia, mas seus efeitos na melhoria dos processos são surpreendentes. É importante para se repensar as variáveis envolvidas em um processo. Por isso, para que possamos resolver os problemas, primeiramente precisamos identificar as sua causas. Estrutura dos Diagramas de Causa e Efeito e Fatores Envolvidos Um diagrama de causa e efeito também é chamado de “diagrama de espinha de peixe” porque ele se parece com o esqueleto de um peixe, conforme mostrado na Figura 1. Um exemplo real é mostrado na Figura 2. Este diagrama possibilita que se aprofunde a análise, e que se tenha uma visão macroscópica, de diversos fatores envolvidos no processo, facilitando a visualização das causas dos problemas, definindo aspectos como:
![]() ![]() Figura 2 – Diagrama de Causa e Efeito da variação dimensional do Produto X. Fatores críticos de sucesso do uso do diagrama na solução de problemas:
Até a próxima edição, pessoal!
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